A POBREZA
Vejo com tristeza a realidade da pobreza.
É como uma guerra premeditada a mentira lavada,
A faca que sangra num corpo que nada fez…
É a boca tapada de mãos amarradas
Num beco fechado…O tiro disparado!
Julgado…De vez em quando…O que me faz sofrer…
É o silêncio dos inocentes o veneno das mentes
Que manipulam crentes, gentes… Que sofrem ao frio!
É a casa sem telhado o futuro despedaçado…
O medo mora ao lado! À mesa…Um prato vazio…
O que me faz sofrer… É o seguir em frente
Rumo á estrada que nos conduz á entrada
Do túnel que seduz mas no fundo, não á luz…
A viagem pro nada! É a confusão instalada
A multidão espancada de boca cerrada
A fachada do mundo, que se espelha na face…
De quem a conduz… O que me faz sofrer…
É a dor da separação a criança de arma na mão
A boca sem pão o homem sem coração.
A razão que fala sem caso… É as mãos que negam
Os pés que atropelam os olhos que cegam
Para não ver o acaso! O que me faz sofrer…
De tudo ver e nada entender, é o sofrer.
Porque os ricos nada querem fazer…
É de quem zomba de ti e de quem mora lá, mora aqui!
De quem chora e de quem não ri…
O que me faz sofrer… É a dor de escrever
Sobre a dor que senti, o sabor, deste universo sem amor…
É o acordar sem nada saber, do amanha… Nada poder dizer…
É um filho perguntar e suspender no ar o respirar
Pergunta que fica por responder… E a pobreza a cada dia crescer...
É o que me faz sofrer!