A PRAÇA E A CIDADE
Praça de silêncios e vida,
com seus ruídos isolados,
com o canto dos pardais
revolvendo o chiar do vento.
Aqui, atento, sente-se de longe
a presença de uma pessoa.
Feliz transeunte à toa
na pedra percute o passo.
Sentado num de teus bancos,
calma manhã ensolarada
atiça todos os meus sentidos.
Assim, sentado e sentindo,
feliz, sorrindo esta energia,
escapo, eu: solitário vidente.
Caçapava é cristal transparente
para quem sente a sua praça.
Pedro-Paulo passa vagabundo,
assoviando e lá se vai...
As senhoras e suas sacolas,
as crianças e seus avós.
Sinto, só, falta de jovens.
Pois tu, cidade interiorana,
exilaste o jovem, tirana,
que mutante, buscava um sol.
24/07/1985