O míssil

Ordem, soldado

caixão, imagem

botão apertado

inicia a contagem

Dez

O míssil é lançando

começa subir ao céu

sobre esse terror anunciado

o que diria Maquiavel?

Nove

A morte pega carona

maquinário mortal, belo transporte

essa humanidade brincalhona

adianta seu trabalho, dia de sorte

Oito

Pássaros cantando

cachorros latindo

alguns acordando

outros ainda dormindo

Sete

Crianças brincando na cidade

adultos indo trabalhar

ninguém imagina essa calamidade

que do céu vai chegar

Seis

Morte sorridente

no céu cantarolando

a morte do inocente

é a alegria do tirano

Cinco

Do outro lado do disparo

soldado com peito apertado

tirar uma vida custa caro

para quem não é desalmado

Quatro

Abrigado em segurança

quem ordenou esse ato desumano

vai fazendo uma festança

o baile sangrento do tirano

Três

Lá fazem contagem regressiva

bebem numa farta mesa

nessa perversidade festiva

comemoram esse ato de vileza

Dois

Míssil no céu da cidade

desespero no coração

toca o sino da maldade

ecoa medo em cada coração

Um

Não há tempo, não há esperança

silêncio, o parar da respiração

último segundo para lembrança

última lágrima para a multidão

Zero

Choque mortal, explodiu

o brilho da morte, tudo iluminou

nesse momento, o diabo sorriu

nesse momento, Deus chorou

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 12/03/2023
Código do texto: T7738251
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