O míssil
Ordem, soldado
caixão, imagem
botão apertado
inicia a contagem
Dez
O míssil é lançando
começa subir ao céu
sobre esse terror anunciado
o que diria Maquiavel?
Nove
A morte pega carona
maquinário mortal, belo transporte
essa humanidade brincalhona
adianta seu trabalho, dia de sorte
Oito
Pássaros cantando
cachorros latindo
alguns acordando
outros ainda dormindo
Sete
Crianças brincando na cidade
adultos indo trabalhar
ninguém imagina essa calamidade
que do céu vai chegar
Seis
Morte sorridente
no céu cantarolando
a morte do inocente
é a alegria do tirano
Cinco
Do outro lado do disparo
soldado com peito apertado
tirar uma vida custa caro
para quem não é desalmado
Quatro
Abrigado em segurança
quem ordenou esse ato desumano
vai fazendo uma festança
o baile sangrento do tirano
Três
Lá fazem contagem regressiva
bebem numa farta mesa
nessa perversidade festiva
comemoram esse ato de vileza
Dois
Míssil no céu da cidade
desespero no coração
toca o sino da maldade
ecoa medo em cada coração
Um
Não há tempo, não há esperança
silêncio, o parar da respiração
último segundo para lembrança
última lágrima para a multidão
Zero
Choque mortal, explodiu
o brilho da morte, tudo iluminou
nesse momento, o diabo sorriu
nesse momento, Deus chorou