A Tramação
Um dia de irmandade é muito pouco
Pra matar a fome à pobre criatura
Que todo o ano vê nas mãos de um louco
A casa, a porta, a chave, a fechadura...
Há quanto tempo se impõe a escravatura
Do privilégio sobre o cidadão
Que trabalha, sua, esmirra a ossatura
E sobrevive em permanente aflição?...
Que gente é essa que à exaustão
Se exibe em descaro persitente
Em nome de Deus nos dias de Natal?...
A resposta segue em crua sucessão
Na absurda exploração inclemente
Que alastra pelo mundo em vendaval...