Recanto das Letras
Se me arrumo num exíguo espaço,
Se volto a cantar minha alegria,
Logo que um gesto ou um som faço,
Sou cercado pelo mundo em folia...
Se reescrevo a melódica magia
Que trouxe dos sonhos de criança,
À minha volta, nua, crua e fria,
Num ápice a inveja canta e dança...
Se me revolto, rompendo a aliança
Com o silêncio a que me recolho
Tomando as letras que não têm mãe...
Sobre meu recanto a solidão avança
E na refrega acesa, quando olho,
Esbracejo sozinho, sem ninguém !...