No Caminho com o Malfeitor
Na primeira estação
Eles chegaram
Prometeram felizes mudanças
Tiraram nossas andanças
Saquearam nossos pensamentos
Envolveram nossos sentimentos de esperança e de esplendor.
Na segunda estação já não havia mais flores
Tudo foi pior que antes
As balas bélicas, amargas, cruéis
Continuaram a chover em nosso quintal
Manchando de sangue e de dor
As árvores que insistiam entre as cinzas renascer.
A terceira estação foi a mais terrível de todas
Sufocaram nosso ar
Desviaram nosso olhar
Abafaram nossas lágrimas
Procrastinaram nossa defesa
Para o mal não mais viralizar
E nos desaguaram
Em qualquer lugar.
O salário, tão sofrido, o sal não dá mais para comprar
O combustível para esquentar o feijão, dormido,
No botijão não dá mais para estocar.
Depois de tanto extermínio
A quarta estação
Não podemos imaginar...
No caminho com o Malfeitor
O terror não pode mais prevalecer
Juntos com fé e esperança
Ainda poderemos vencer.
As quatro estações nos ensinam
Que o amor sempre pode renascer.