Via Crucis
A prece ecoa,
Nas ruas a procissão,
Pessoas seguram velas,
Pede aos céus,
Paz,
Saúde,
E proteção.
Jejum nas sextas,
Missa aos domingos,
Durante a semana,
A rotina da via crucial,
Espinhos na alma,
Banho de alfazema,
E a cruz preparada,
Encara o destino,
Se envolve em problemas.
Um passo de cada vez,
Não aguenta,
Cai,
Olhos ao céu,
E joelhos no chão,
Chora,
Levanta e caminha,
Curiosos observam,
Incapazes de estender a mão.
Mãe chora,
Implora,
Reza em seu nome,
E pede perdão,
Mas a cruz é sua,
Agradece e segue,
Rumo a crucificação.
Pastores e ovelhas observam,
Julgam pela situação,
Refugiam-se em seus pastos,
Pecadores que fornecem o perdão.
Segue descrente,
De toda e qualquer tipo de salvação,
Preces aos santos,
Alivia o peso,
Mas não oferecem salvação.
No sábado perdoa,
Quer a todo custo a redenção,
Descansa sob a cruz,
Cravos nas mãos,
Acorrentada alma,
Chagas abertas no coração.
Mais um dia,
Nova jornada,
Chora no escuro,
Busca a glória,
Através da insurreição,
Novos caminhos,
Outras histórias,
Aguarda pela ressurreição.