Via Crucis

A prece ecoa,

Nas ruas a procissão,

Pessoas seguram velas,

Pede aos céus,

Paz,

Saúde,

E proteção.

Jejum nas sextas,

Missa aos domingos,

Durante a semana,

A rotina da via crucial,

Espinhos na alma,

Banho de alfazema,

E a cruz preparada,

Encara o destino,

Se envolve em problemas.

Um passo de cada vez,

Não aguenta,

Cai,

Olhos ao céu,

E joelhos no chão,

Chora,

Levanta e caminha,

Curiosos observam,

Incapazes de estender a mão.

Mãe chora,

Implora,

Reza em seu nome,

E pede perdão,

Mas a cruz é sua,

Agradece e segue,

Rumo a crucificação.

Pastores e ovelhas observam,

Julgam pela situação,

Refugiam-se em seus pastos,

Pecadores que fornecem o perdão.

Segue descrente,

De toda e qualquer tipo de salvação,

Preces aos santos,

Alivia o peso,

Mas não oferecem salvação.

No sábado perdoa,

Quer a todo custo a redenção,

Descansa sob a cruz,

Cravos nas mãos,

Acorrentada alma,

Chagas abertas no coração.

Mais um dia,

Nova jornada,

Chora no escuro,

Busca a glória,

Através da insurreição,

Novos caminhos,

Outras histórias,

Aguarda pela ressurreição.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 26/02/2023
Reeditado em 29/03/2024
Código do texto: T7728105
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