POBRE MENINO DE RUA

Menino que vai à rua, não para passear.

A ele falta tudo, dignidade, comida e lar.

Menino que vai à rua, não para brincadeira,

Escola? Nem pensar, para ele não tem carteira.

Menino que vive à margem da nossa civilização,

Elemento de estudo. Qual será a solução?

E enquanto se esforçam para achar uma saída,

Os meninos se vão, e perdem as suas vidas.

Debruçam sobre planilhas, gráficos, mil reuniões.

Falta empatia, falta amor, em seus pobres corações.

Não veem que o coitado que vive e dorme no chão,

Sem comida ele não vive, morre de inanição.

E o menino passa a ser um número na estatística,

Numa tese é encarado como simples casuística.

Mas pode evoluir para pior a vida do pobre coitado.

De simples criança carente evolui para um drogado.

O caso é mais perigoso e também mais complicado.

É um caminho sem volta, desespero de todo lado.

Chora o pai e chora a mãe, parece tudo acabado.

No final quem é que errou, para tudo dar errado?

Menino de rua que nada sabe nada tem para ofertar!

Pois a falta de saber, lhe impede de prosperar.

Não lhe resta outra opção, não tem outra saída.

A não ser erguer a mão e pedir um prato de comida.

Autor: Milton Bezerra da Silva

Data: 03/02/23