NO DESCANSO, A VIDA.

Estrada de terra, fim de tarde,

as pernas alegaram cansaço.

Pedi desculpas, prometi parar,

afinal, já não parava havia tempo.

Uma árvore educada oferecia sombra,

sentei pra saborear a vista

Um menino passou no caminho,

me olhou desconfiado, curioso...

O joelho ralado e a roupa suja,

já narravam as aventuras do dia.

Talvez em casa uma palmada,

e depois o prêmio do amor materno

Uma mulher passou a passos rápidos,

nos braços uma criança, no ventre outra,

na barra da saia mais uma.

Na outra mão , sacola com o pão de cada dia.

Qual milagre maior que esse...?

Encontrar força pra lutar todos os dias

e ser feliz por ser quem é.

Um velho apostando corrida com o tempo...

Pés vermelhos de poeira,

Refletindo talvez as "glórias" de outrora.

Errou na vida como qualquer um,

fez o bem sempre que pôde.

O prêmio de hoje...um café quente.

O de amanhã...talvez a eternidade.

Pronto, já descansei...

me levanto e sigo a mesma estrada.

Na minha bagagem, mais bons exemplos...

Ser como criança, ter sempre esperança;

Ser corajoso e fiel como uma boa mãe...

Nunca desistir.

E no fim a consciência de uma vida bem vivida.

ANDRÉ L C MELO
Enviado por ANDRÉ L C MELO em 05/02/2023
Código do texto: T7712278
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.