NO DESCANSO, A VIDA.
Estrada de terra, fim de tarde,
as pernas alegaram cansaço.
Pedi desculpas, prometi parar,
afinal, já não parava havia tempo.
Uma árvore educada oferecia sombra,
sentei pra saborear a vista
Um menino passou no caminho,
me olhou desconfiado, curioso...
O joelho ralado e a roupa suja,
já narravam as aventuras do dia.
Talvez em casa uma palmada,
e depois o prêmio do amor materno
Uma mulher passou a passos rápidos,
nos braços uma criança, no ventre outra,
na barra da saia mais uma.
Na outra mão , sacola com o pão de cada dia.
Qual milagre maior que esse...?
Encontrar força pra lutar todos os dias
e ser feliz por ser quem é.
Um velho apostando corrida com o tempo...
Pés vermelhos de poeira,
Refletindo talvez as "glórias" de outrora.
Errou na vida como qualquer um,
fez o bem sempre que pôde.
O prêmio de hoje...um café quente.
O de amanhã...talvez a eternidade.
Pronto, já descansei...
me levanto e sigo a mesma estrada.
Na minha bagagem, mais bons exemplos...
Ser como criança, ter sempre esperança;
Ser corajoso e fiel como uma boa mãe...
Nunca desistir.
E no fim a consciência de uma vida bem vivida.