Matéria prima

Um pedaço da poesia

Pode estar em nossa ipê,

Se das trevas nasce o dia

Minha lira ninguém vê.

Outro pode estar além

Como aceno da saudade

Na janela cujo trem

Leva o amor para a cidade.

Pode estar no turbilhão

Do trabalho costumeiro

O caminho a solução

A tornar santo o dinheiro.

Pode estar no voto pleno

Pela língua dos hebreus

A que o dia seja ameno

“ide em paz sempre com Deus.”

Pode estar no riso farto

Da mulher que a dor esquece

Em virtude do seu parto

Novo alento à terra desce.

Entre coisas espalhadas

Em silêncio tagarela

Entre histórias registradas

A verdade atesta vela...

Na caneta declinada

Sobre a folha conivente

Cuja rima foi tirada

À matéria do presente.

Seraphim
Enviado por Seraphim em 31/01/2023
Código do texto: T7708002
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