Libertos ventres

No ventre há sementes de seres livres

E ainda existem dores

Mas há tanta coragem das pretas

Nos partos dos belazes amores

 

O ventre não é mais posse dos brancos senhores

O amor gera os frutos miscigenados

Uma linda mistura de cores

 

Nascem cabroches:

Poetas do agreste

Escultores Aleijadinhos

Ministros mestres

 

O preto é doutor de verdade

Criou em seu birô a sua própria identidade

Graças ao ventre da preta valente

 

 

Livres das correntes

Sem chibatas, sem marcas

Belas, as mulheres dos libertos ventres

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 12/01/2023
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