As Dores da África
São diversas crianças esfomeadas a chorarem pelas ruas.
Mães sem leite a dar farelos para os filhos,
Corpos jovens a perderem suas infâncias em minas de cobalto
Para alimentarem o lucro de multinacionais.
África, continente tão rico, tão diverso,
Mas onde a vida dos homens negros foi moída
Pela exploração dos ditos seres civilizados.
A cor da pele, a melanina acentuada
Foi atestado de subumanidade...
Animais a serem escravizados países afora.
O continente mãe da humanidade vive a extrema pobreza
Não por maldição religiosa,
Nem por preguiça do sorridente povo...
Mas muito da riqueza que o planeta usufrui,
Petróleo, ouro, diamante,
Carrega o suor e o cansaço de uma gente
Que por gerações sofreu com
Os podres poderes de portugueses,
Ingleses, belgas e franceses.
Carregam a péssima memória
De serem a periferia do capitalismo
A produzir riquezas que os caucasianos
Parasitas não cessam de sugar.
A civilidade, a riqueza que a Europa vive
Carrega o lamento dos homens
Que tiveram suas vidas e dignidades desgraçadas
Na brutalidade do colonialismo.