Saneamento básico

 

Esgotos são veias líquidas

Que percorrem as cidades

Uns negam sua existência

Tem muitas realidades

Como a do garoto roto

A sua casa é no esgoto

Vive em meio a sujidades

 

Nos prédios a água é limpa

Tem banheira e tem piscina

Em contraste aos bairros nobres

Pobres tem outra rotina

Balde, poço ou cisterna

Água não é coisa eterna

Só dura pra ''gente fina''

 

Essa anatomia urbana

Revela ferida aberta

Ricos banham-se em vantagens

Privilégio não se oferta

É algo que é herdado

E o pobre nunca é honrado

E a revolta se desperta

 

A chuva cai para todos

Mas pra alguns é uma glória

Para outros ela trás perdas

A diferença é notória

Esse pau que dá em Chico

Não atinge quem é rico

Permanece a mesma história

 

O Marco do Saneamento

Ainda é bem seletivo

Quando eles vão entender

De um modo mais expansivo

A população carente

Que tem que enfrentar enchente

Sem água sem lenitivo.

 

Esgotos geram doenças

Enfeiam as capitais

Contaminam nossas águas

Pelas redes pluviais

Espalhadas nos asfaltos 

Bem longe dos prédios altos

São constrastes sociais.

 

Vivian Lissek.

Vivi Lissek
Enviado por Vivi Lissek em 02/01/2023
Código do texto: T7685227
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