Dedicatória

Praguejo os enredos naturalizados

Desses "infortúnios" vasos rotos

Do tempo que pinga os poucos

E do vivo que clama aos mortos

Para que retire daqui os pecados

Que ontem era nomeados sagrados

Imploro ao nó firme da forca

Que me liberte da corrente frouxa

Com sangue e prata banhada

De regras que planta, colhe, mata

Me tira da mira grave

Dos olhos que tudo vê

Da boca que tudo crer

Das mãos que fere e arde

Te invade, se supõe terna

Traja coroas dos donos da terra

Mata os deuses e os enterra

Recria humanos de conto de fadas

Me fure os olhos

Me falte o fôlego

Mas não me deixe só

Com esse povo do bem

Que por de trás do espelho

Mantém mais um refém.

Raissa Nogueira
Enviado por Raissa Nogueira em 31/12/2022
Reeditado em 15/02/2024
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