ACORRENTADOS

Olhem só coitados esses presidiários
acorrentados como animais;
Ninguém enxerga não! São seres humanos
precisam de dignidade por favor...
Precisam de alento e atenção
comida bem feitinha - televisão
quem sabe um colchão semi ortopédico?
Uma tv de plasma digital
um ar-condicionado e uma aquecedor
pois são humanos os pobres
precisam de carinho e de amor

Olhe naquela esquina, um estrupo acontece
latrocínio, um abuso,
vai com essa roupa?
está louco meu amigo
quer ficar sem sua pele?
esse relógio então
o seu braço não merece
O portão está trancado?
E na porta quantas chaves?
E cuidado ao atender o seu celular amigo,
pois quem sabe dão o golpe - aquele do tal seqüestro,
veja aquele casal
acabaram de assaltá-los
era o salário que sacaram lá do caixa eletrônico
mais quem foi? - Uns salafrários

É melhor pôr uma câmera,
e monitorar os filhos,
ponha mais uma corrente,
no portão da sua casa,
ponha grades nas janelas,
um gps no seu carro,
um alarme na empresa,
o seu corpo no seguro,
Arrastaram um menino,
e queimaram uma família,
destruíram tanto sonhos,
acabaram tantas vidas,
um vazio que ficou,
nos seqüestros quantos traumas,
nos estrupos, almas mortas
quem as ressucitará?

Tudo isso é relevante,
Vamos deixar pra depois
A preocupação agora
São esses acorrentados
Eles são prioridades,
são humanos
e como tal,
só precisam de atenção.
E o povo que se cuide
já que criam-se serpentes,
e também escopiões,
que mais tarde - mais à frente,
vão envenenar-nos todos.
E quem vai depois salvar-nos?

07/12/07

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 07/12/2007
Reeditado em 07/12/2007
Código do texto: T768224
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