Acordos acordam acórdão
Interesse e Valor andavam sempre juntos,
um carregando o outro que ia se fingindo de defunto.
Cansavam e trocavam-se repetidamente,
mas, claro, sempre que possível, também democraticamente.
Certo dia Valor morreu de fato,
Interesse, coitado, nem foi avisado.
Continuou carregando o corpo do amigo,
agora pobre, ou melhor, desvalorado.
Não deu meia milha e ficou sem fôlego.
Interesse sem Valor afinal é Pelego.
Dois defuntos no chão, um mais morto que o outro.
E o Poder que observava tudo, aplaudiu e pediu: “de novo”.