Genocídio anunciado

Caneta, uma folha de papel em branco,

Quem sabe a tela embaçada do computador.

Fakes news, ativem o teor de comando,

Disseminando o caos e a dor, atrevimento.

Difundida dinastia, sequela do sofrimento,

Psicopatia inflamada, nenhum lamento.

A comunhão, desafiando o vil pecado,

Oportunistas, inescrupulosos saltimbancos.

Vidas à mercê, entregues aos riscos,

Como garantia do sorriso, o confisco.

A voz ativa, nas entrelinhas o golpe,

Persuadindo os indivíduos, à galope.

Incitando a agonia, a violência,

Em suas falas, nenhuma advertência.

O objetivo, a falta de transparência,

Aos injustiçados, não trás a referência

O povo pobre, na grande maioria,

Largados à própria sorte.

Meu Deus, mas que tamanha ironia,

Com o passar dos anos, qual é o norte?

Para cessar com toda essa patifaria,

Sonhos velados dentro de mais um caixão.

A sobrevivência cobra o preço, zero solução,

Na labuta diária, sem a menor compaixão.

O ser humano nasce lascado,

Comendo o pão pela elite pisado.

A sociedade preta, mendiga por inclusão,

Pedindo respeito, o Estado devendo satisfação.

A falta de recursos, o buraco no estômago,

Roncando, clamando por auxílio.

O desejo de sobressair em meio ao perigo,

Quimera, faca de dois gumes, o fio.

O anseio resiste ao que é natural,

Racismo incrustado no alicerce estrutural.

O total respaldo, a meta da raça ariana,

Infundado pensamento, alta miscigenação.

Quem é que cabe totalmente neste requisito?

Hoje em dia é um tanto esquisito.

A Mãe Terra, Mística e Africana,

Sob as bençãos da Natureza, a proteção.

A humanidade necessita reaver as velhas questões,

Na desigualdade fomentada, o freio – A resolução.

A diversidade de poder, as reações,

As crianças são o futuro, iguais oportunidades.

Na transmutação da realidade,

Não este mundo paralelo, crescente ilusão.

O Estado genocida, a fome põe no prato,

Com a morte de milhares, faz o pacto.

No acúmulo de riquezas, enchendo os bolsos,

Comprando, vendendo os armamentos.

Dizimando a população das favelas, dos morros,

Roubando dos mais fracos, vivendo em paraísos.

Aos moradores da periferia, alguns trocados,

Na mira do fuzil, crimes são cometidos.

A sentença é a morte, um tiro certeiro no peito,

Com a bandidagem do alto escalão, não há socorro.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 04/12/2022
Reeditado em 06/12/2022
Código do texto: T7664533
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