Mal-estar
Desalento
não há mais o que procurar, um momento
foda-se o tempo
Sem alento, sento
espero a ajuda do baixo clero
pois o Estado que é laico, mas não ateu
foi invadido por quem só pensa no próprio umbigo
não em você, nem eu
penso
se na rua das grandes metrópoles
nas selvas e no campo
o sangue vermelho corre
porém o que mais vejo é pranto
Sinto-me piegas, ridículo
falando mais do mesmo e parecendo ambíguo
em rimas tortas e desconexas que
não sei se seriam dignas de estar num livro
finjo que não ligo
finjo que meu coração é gelado
que não me revolto e nem sinto dor
finjo que não sinto amor
com um sorriso de tristeza e o olhar no horizonte
assisto uma multidão de olhos ofuscados
opacos
sempre foi assim e sempre será...
será?
Vou fugir desse lugar