Chuva dos Pobres

A chuva que cai em duas cabeças nunca é igual.

Nunca o mesmo vento, nunca o mesmo sol

A chuva deles é fresca e revigora o ser

A nossa passa por cima de tudo, até mesmo do viver

Enquanto eles olham as gotas escorrerem na janela,

Nós perdemos nossas lagrimas nelas

E não tem tempo pra desperdiçar

É elevar tudo e voltar a trabalhar

Porque se tudo se perde

Tudo tem de se comprar

E é sempre nós,

Nosso maldito algoz

Me ver na correnteza foi uma surpresa

Na TV é tão longe que parece ensaiado

E o povo desaprendeu a ser revoltado

Todo Brasileiro quer ser visto,

Pois o que não é, é esquecido

"Povo feliz!" — que engole a tristeza!

A história gravou isso na nossa natureza...

Esther Saith
Enviado por Esther Saith em 01/12/2022
Código do texto: T7662392
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