Chuva dos Pobres
A chuva que cai em duas cabeças nunca é igual.
Nunca o mesmo vento, nunca o mesmo sol
A chuva deles é fresca e revigora o ser
A nossa passa por cima de tudo, até mesmo do viver
Enquanto eles olham as gotas escorrerem na janela,
Nós perdemos nossas lagrimas nelas
E não tem tempo pra desperdiçar
É elevar tudo e voltar a trabalhar
Porque se tudo se perde
Tudo tem de se comprar
E é sempre nós,
Nosso maldito algoz
Me ver na correnteza foi uma surpresa
Na TV é tão longe que parece ensaiado
E o povo desaprendeu a ser revoltado
Todo Brasileiro quer ser visto,
Pois o que não é, é esquecido
"Povo feliz!" — que engole a tristeza!
A história gravou isso na nossa natureza...