O palhaço
Sentado à frente do espelho
Vê-se o mesmo rosto todo dia
Começa a maquiar sem medo
Para entrar, assim, na fantasia
Em seus olhos, delineia o contorno
Das palpebras e sobrencelhas
Borradas lágrimas no preto profundo
Tenta esconder as suas olheiras
Na boca, seu sorriso se alarga
Entre os lábios os dentes à mostra
De uma seriedade, transformada
Em um semblante que se cobra
E o personagem entra em ação
Para outros aplaudirem de pé
Escondendo em seu coração
A tristeza de uma vida sem fé