O Sindicalista
No inferno chamado capitalismo criam o ápice
Da exploração humana, marca da astúcia burguesa:
O conceito da divisão patrão x trabalhador,
Obra prima de sentenças em que os níqueis
Avolumam nos bolsos de quem não trabalha.
Cansativo é o trabalhar! E como incomoda
Quando os olhos presenciam injustiças de patrões
Que lançam assédios sobre os empregados.
Com egos sem dignidade põem o trabalhador
Sempre a suar na precarização do salário e outros direitos.
Te odeio, indiferença! E tenho gritos de indignação
Perante o linguajar da ganância,
Diante da lógica do proletário vencido.
Não suporto o calar retumbante perante velhacos,
Nada de ser manso cordeiro no palco da trapaça.
Mesmo com riscos sentidos na própria pele...
Demissão, dependência de salário,
Sou resistente, rebelde, cabeça pulsante na práxis.
E é intensa a vontade nestes dias inglórios
De torcer os lençóis impuros da mais valia.
Nada de presenciar tudo de braços cruzados.
Quando o horror laboral surge,
A língua aguça palavreado para conscientizar colegas das injustiças,
Faço denúncia anônima das irregularidades vividas,
Mobilizo o sindicato, tenho ações em silêncio.
Ajo, tomo partido para dilapidar a rocha bruta
Cujo resultado é a desigualdade social...
A escravidão formalizada da classe trabalhadora.
Um incômodo grilhão para a vida plena
Que só será quebrado pela união das mãos proletárias.