Poesia vermelha.

Minha poesia tem sangue

Tem o sangue dos negros derramado por aquela chibata

O sangue dos índios derramado na floresta

Tem também o sangue do holocausto

E o das bruxas minhas antepassadas

Que eram apenas mulheres como eu:

Livres

Conhecedora de ervas

Dona de gatos

E

Excluídas da sociedade.

Nos meus versos

Também trago as lágrimas dos poetas

Dos mal amados

Dos idolatrados ídolos de cada época

Que foram calados

Das virgens despojadas

E de crianças abandonadas.

Talvez por isso

Canto um cântico tão triste

Meus olhos são triste

Já disse o poeta

Minha poesia e triste

Poesia vermelha

Que é pra lembrar o sangue dos desesperados.

Fernanda Ferreira Baylon
Enviado por Fernanda Ferreira Baylon em 21/11/2022
Reeditado em 21/11/2022
Código do texto: T7654927
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