Desafinando a Vida
Eu sou um aneurisma social
Esperando a sobra da ceia
Apodrecendo em filas indignas
Morrendo em dias inglórios
O ultraje invisível
O caminho da sarjeta
A engraxar seus sapatos
A lhe pedir uma gorjeta
Eu sou o que ousas não olhar
Aquele que abandonastes no escuro
A decadência obtusa
Sob o ângulo mais turvo
A incongruência latente
A morrer nas esquinas
O velório indigente
A vela que sem querer se apaga