LABUTA
LABUTA
Melancolia principia na casa
da dona Maria.
Na labuta do dia a dia as cinco
horas inicia.
No fogão aceso com lenha
limpando o chão do barracão.
Uma vida de exaustão com os
filhos de João que carregou no
bucho.
Na seca do sertão não chove
faz um tempão.
Sol quente lá no poente faz
sofrer toda essa gente.
Não come na seca da fome
o que enche a barriga do
homem.
Nessa vida sem remedio a
Maria vive o dia nessa agonia
na calmaria de esperar que o
João traga um pouco de pão.