O pranto dos desprovidos
Arqueja o mancebo desnutrido
Perante a crueldade atroz
Dos déspotas do parlamento
Visando o pior pra nós
Meros objetos de escambo
Maltrapilho e molambo
Nesta falcatrua sórdida
Usados como descartáveis
Tratados como miseráveis
Para uma democracia mórbida
Os grilhões que nos prendem
Atados a esta maldita coluna
São amarras fortes impostas
Que nos deixam sem lacuna
E assim desprovidos de sorte
Muitos se agarram com a morte
Como solução derradeira
Com lágrimas, dores e prantos
Rezando para todos os santos
Pedindo uma intervenção ligeira
E é assim nesta lamuria
Que vamos sobrevivendo
Pedindo a quem governa
Que vá a paz provendo
Pois a paz da multidão
É ter na mesa um pedaço de pão
Para a prole alimentar
Pois com a casa tendo ceia
O pequeno fica de barriga cheia
E só assim se pode governar
24/10/2022