O Jogo
O que está em jogo é o ouro,
É o tudo que se produz,
A selva que abriga as feras,
A água que no rio seca,
E a fumaça que ofusca a luz.
O que está em jogo são valores,
O quanto vale a Santa Cruz,
Papiro,
Papel,
Babilônia,
Criam o partidário Jesus.
O que está em jogo é fome,
Que é saciada pelo poder,
Com panelas vazias,
Se exerce política,
De ajuda tardia,
Para pouco enriquecer.
Juiz apita,
É dada a partida,
E o jogo inicia,
É falta por todo lado.
Falta saúde,
Falta educação,
Falta moradia,
Falta dignidade,
E comida na mesa.
Jogadores se digladiam,
Defendem seus escudos,
Com a própria vida.
Os mandatários,
Cada vez mais ricos,
Apreciam a guerra declarada,
Se divertem,
A gargalhadas,
Demonstração de poder,
E morte por nada.
A política do pão e vinho,
Entorpece a torcida,
Anestesia dores,
Faz esquecer chagas abertas,
Ameniza as feridas.
Todos buscam a vitória,
Vitória de quem?
Dinastia sendo refeita,
Reerguida,
Reeditada,
Restabelecida.
O império que impõe sigilo ao impróprio,
Fortuna a barões,
Embaixadores,
Comentadores,
Até a cantores,
Todos em benefício do poder.
O jogo não para,
Disputa intensa,
Forte é aquele que aguenta
Em busca de recompensas.
Torcidas embriagadas,
Dois times degolados,
O ódio é declaro,
Mais um jogo adiado.