O Jogo

O que está em jogo é o ouro,

É o tudo que se produz,

A selva que abriga as feras,

A água que no rio seca,

E a fumaça que ofusca a luz.

O que está em jogo são valores,

O quanto vale a Santa Cruz,

Papiro,

Papel,

Babilônia,

Criam o partidário Jesus.

O que está em jogo é fome,

Que é saciada pelo poder,

Com panelas vazias,

Se exerce política,

De ajuda tardia,

Para pouco enriquecer.

Juiz apita,

É dada a partida,

E o jogo inicia,

É falta por todo lado.

Falta saúde,

Falta educação,

Falta moradia,

Falta dignidade,

E comida na mesa.

Jogadores se digladiam,

Defendem seus escudos,

Com a própria vida.

Os mandatários,

Cada vez mais ricos,

Apreciam a guerra declarada,

Se divertem,

A gargalhadas,

Demonstração de poder,

E morte por nada.

A política do pão e vinho,

Entorpece a torcida,

Anestesia dores,

Faz esquecer chagas abertas,

Ameniza as feridas.

Todos buscam a vitória,

Vitória de quem?

Dinastia sendo refeita,

Reerguida,

Reeditada,

Restabelecida.

O império que impõe sigilo ao impróprio,

Fortuna a barões,

Embaixadores,

Comentadores,

Até a cantores,

Todos em benefício do poder.

O jogo não para,

Disputa intensa,

Forte é aquele que aguenta

Em busca de recompensas.

Torcidas embriagadas,

Dois times degolados,

O ódio é declaro,

Mais um jogo adiado.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 05/10/2022
Código do texto: T7620872
Classificação de conteúdo: seguro