Voz do Povo
Comida!
Vacina!
Emprego!
Abaixem logo o preço!
Isso! Aquilo!
Tudo que temos direito!
Uma voz
Duas vozes
Vozes elevadas ao cubo
Vozes que se multiplicam
Em rebelião e simbiose
Vozes corajosas
De vozes reprimidas
Vozes que bradam
O que é nosso por direito
Vozes que estouram
As bolhas da alienação
Social, econômica
Cultural
Vozes que emudecem
As vozes da ilusão
Vozes que incendeiam
Bravamente
Sorrateiramente
As cortinas desse teatro
Ambulante e ultrajante
De marionetes sem voz própria
Manipuladores aos poucos desmascarados
Quem sabe a voz destes versos
E até versos vossos
Ecoem nesse ar frio
Pela dor, indiferença
Pelo medo, segregação
Quem sabe nossos versos
Virem hinos de conscientização
Nas memórias e bocas leigas
Até produzirem ecos
Coros orquestrados
Parando o trânsito frenético
Quando seremos escutados
Nem eu sei
Mas sejamos a mudança
Ainda possível neste mundo