Abandonados
Na noite escura sombras se misturam.
Tristes retratos da realidade insólita.
Dos abandonados maquiados pelo neon.
Almas desalmadas pintadas de carmesim.
São os mórbidos envoltos em trevas.
Chorando lágrimas de perfumes fúnebres.
Escorrendo pelas faces desnudas.
Das pobresovelhas acorrentadas
Suas loucuras dormem em lages frias.
Pedras e poeira cobrem suas loucuras.
Mentes mortas, assassinadas pela razão.
Dos que se acham donos da razão.
Não há vida neste solo fédido.
Música triste com um solo atroz.
Flui de um trompete solitário.
Como água fria de um rio seco.
Não há esperança para estes incógnitos,
Perdidos na trincheira dos desesperados.
Pássaros cantam versos tristes.
Acalentando as dores dos desanimados.