Independência ou Morte?
Dia de Glória
Dias de luta!
A dor perde lugar para a alegria
Para quem?
Para o branco?
Para o negro?
Para o mestiço?
Para o índio?
De quem foi a vitória?
O Brasil viu raiar um novo dia
Que não foi a grande vitória
Espetáculo pintado
Grito estereotipado
O gemido que não foi escancarado.
Era o sangue de uma população sofrida
Escravos destemidos
Gigantes pela própria natureza...
Sim! Nós somos os gigantes.
Pretos, brancos pobres, mestiços, índios.
Ludibriados pelo discurso populesco
Que escondia o autoritarismo.
Não houve Dragões
Não houve cavalos árabes.
Houve o jegue,
A mula...
Animais preparados para carregar fardos
Como o povo que roçava, plantava, vendia.
O grito que ecoava era o grito chamando a boiada;
Era o sertanejo arretado
Que trazia em seu peito encouraçado
A vontade da liberdade,
Mesmo que não entendesse muito bem essa palavra.
A coragem e o senso de justiça
Foi revestida por mulheres
Escanteadas por uma sociedade
Que as tratava como invisíveis.
Marias se fizeram heroínas...
Quitéria, Felipa, Leopoldina.
Joanas que abriram seus braços
Para salvar meninas dos seus algozes.
O ano de 1822 não foi marcado pelo 7 de setembro;
Ele foi além e marcou nosso país no 2 de Julho de 1823
Quando as tropas Portuguesas
Foram derrotadas
Apagadas
Mas, não destruídas.
Ainda há “portugueses”
Tentando se levantar,
Nos escravizar,
Massacrar,
Coibir,
O Grito a ser dado:
VIVA O POVO BRASILEIRO, GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA!