Independência ainda que tardia
Independência ainda que tardia
Proclamada por um português
De brasileiros submetidos a mais valia
Soberania: endividada para reconhecimento
Para os ingleses e americanos,
E para os chineses, agora, em crescimento
Brasileiros só tem direitos
Na letra das leis e da Constituição
Mas passam fome, estão na miséria
São desiguais na terra, no mar e sertão
É a terra das oportunidades da exploração
De fazendeiros em grilagens, milícias nas favelas
Dos mineradores que detonam a natureza
Dos empresários ávidos por lucros com juros altos
Para aumentarem suas riquezas
É o país do emprego, desemprego e subemprego
De maioria que vive no máximo com três salários mínimos
E uma minoria que se beneficia em privilégios
E que arrotam preconceitos e naturalizam o mal
Naturalizam o discurso do ódio
Do mercado e do capital
Não concordam com a Justiça
e nem com Estado de Bem-Estar Social
A esperança são daqueles que trabalham
Que lutam no dia-a-dia
Que buscam ascensão social
Fazem da vida alegria e poesia
Muito tem que transformar
A cultura e a educação
Muito consciência tem que despertar
De forma crítica pertencente a uma classe
Contudo, o país ainda tem jeito e gente
De muita gente trabalhadora
Tem muitos grupos e movimentos
Que sonham por uma sociedade transformadora
Brasil, que seu fogo abrase
A transformação necessária
Seja pátria plena nação
Terra justa e solidária!