Ebulição

Queimam em mim as injustiças

Meu coração vocifera

Dó da minha alma: ca(s)tiça

Inconfessáveis desejos é o que impera

Mas em nome do viver bem

Meu interior se esforça por relevar

Vizinho, parente ou qualquer alguém

Vejo lado bom, procuro separar

Mas em poesias deixo escapar

Ainda que escondidas nos versos

Sem válvula periga estourar

Meu jeito de lidar com perversos

Esses que nesta guerra infantes

Contra a corrupção, sua principal Bandeira

Agora vistas grossas para o infame

Fingem não ver a bandalheira

Mas guardem com vocês uma certeza

Não fica restrito a uma poesia

Hoje todos podem ver com clareza

O quão grande era e é sua hipocrisia

O que me absolve do pecado

Para a consciência, uma espécie de suborno

Sofrimento não como desejo, mas legado

O Universo regido pela lei do retorno