Ideário

Ideário

A poesia é linguagem justa,

A estética se associa,

Elegante, expõe-se ao dia,

Prepará-la, porém, custa.

O seu autor fará cessão

A direito, a arquibancada,

Alma isenta imunizada

A reclames da visão.

A rua, o seu laboratório,

Por onde deve transitar,

A testemunha popular

Do clima alegre ou merencório.

Alvoroçar, principalmente,

Com preferência destemível

A carne igual ora invisível

Pela política excludente.

Engajamento à luz, adira,

Jamais querendo outro papel,

Basta o que lido no cordel,

Verdades que um Brasil inspira.

Sem poesia não há poesia,

Aviso imposto a curioso,

Em pretensão a fama e gozo,

Errou de porta, a confraria.

Humanidade, imprescindível

Para vocábulos orgânicos,

Plenos de ânimo, hispânicos,

Letras em calda, arte aplausível.

É sempre fake, a viuvez:

Luta por 2 no paraíso,

Não sejam seus versos a riso

Nos olhos fartos de burguês.

À que corrente conduzir

O seu legado, a serventia,

O seu discurso - em poesia?

Canto não seja a boi dormir.

O boi conhece o novo humano

Que não induz a sono morte,

E vendo peças de seu corte

Grita no grito de veganos.

Seraphim
Enviado por Seraphim em 29/08/2022
Código do texto: T7593489
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