Ideário
Ideário
A poesia é linguagem justa,
A estética se associa,
Elegante, expõe-se ao dia,
Prepará-la, porém, custa.
O seu autor fará cessão
A direito, a arquibancada,
Alma isenta imunizada
A reclames da visão.
A rua, o seu laboratório,
Por onde deve transitar,
A testemunha popular
Do clima alegre ou merencório.
Alvoroçar, principalmente,
Com preferência destemível
A carne igual ora invisível
Pela política excludente.
Engajamento à luz, adira,
Jamais querendo outro papel,
Basta o que lido no cordel,
Verdades que um Brasil inspira.
Sem poesia não há poesia,
Aviso imposto a curioso,
Em pretensão a fama e gozo,
Errou de porta, a confraria.
Humanidade, imprescindível
Para vocábulos orgânicos,
Plenos de ânimo, hispânicos,
Letras em calda, arte aplausível.
É sempre fake, a viuvez:
Luta por 2 no paraíso,
Não sejam seus versos a riso
Nos olhos fartos de burguês.
À que corrente conduzir
O seu legado, a serventia,
O seu discurso - em poesia?
Canto não seja a boi dormir.
O boi conhece o novo humano
Que não induz a sono morte,
E vendo peças de seu corte
Grita no grito de veganos.