ESTÂNCIA DO QUASE NADA

Guarda o laço, homem rural,

deixa terras, bois e arados;

vem morar cá na cidade,

pois o campo te é negado.

Vem lançar tuas sementes

neste chão de pedra pura,

onde só a dor germina

e o sofrimento amadura.

Deixa a verde vastidão

e o suave rumor das fontes;

vem beber das amarguras

e olhar sem horizontes.

Vem cavalgar coletivos,

buscar a sorte extraviada,

cá na invernada do pouco,

Estância do Quase Nada.