Rés do Chão
Rés do Chão
Delasnieve Daspet
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Te percebo
Na mais alta cordilheira,
Onde mostras teu poder.
Achas natural o domínio e a submissão.
Natural, para ti,
Comprar por qualquer dez reais,
Os mais humildes.
Tanto, que pensa que eles não se erguem,
Nem se erguerão,
Pois estão com o rosto arrastado
Ao chão.
Não consegues compartilhar
Com quem necessita a luz
E a riqueza que tens e que tomastes
Do povo.
O que te aguarda,
Para nossa tristeza e gáudio,
É que procedas a tua
Autoimolação.
Já nos roubastes tanto,
Que a tua desonra já nada significa,
Apenas o ato de Judas, Hitler, e, outros traidores,
Te aguarda.
És tão falso, Nine, que pularás da cordilheira.
Acreditando em sua redenção.
Mas não conseguirás, nada,
Do povo, que um dia, te amou.
Nos amputastes braços e pernas,
Nos separastes de nossos corpos,
Somos brancos, pretos, ricos, pobres,
De todos os gêneros.
Já não pensamos como Nação...
És tão impuro,
Que nem as águas do Jordão
Te limparão e recomporão.
Tu tens, a cor, da víbora do deserto.
A cor do absoluto desprezo.
Rés do chão!
07.08.22