ESQUINA
Ali na esquina vi um jovem. Pele negra, cabelos cacheados. Ele vendia.
Vários passantes eram abordados. Eles passavam. Ele? Vendia.
Há muitas esquinas de vendas. Ali era a dele. Ali, ele vendia.
Seu papelote oferecia transcender a realidade. Era algo que se prometia.
Motoristas também eram abordados. Próximo a um sinal, ele vendia.
Vendia arte, cultura, um pouco de alegria.
O flyer anunciava uma peça de teatro, em cartaz durante o mês que seguia.
Os ingressos estariam disponíveis. Havia outdoors pela cidade. Não sei se eu veria.
Mas fiquei sabendo da peça através de sua simpática abordagem de esquina e o papelzinho que me entregaria.
Ali o jovem divulgava a arte e, por conseguinte, a vendia.
Não fosse este o final da história, o que pensastes então que seria?