ELA ATÍPICA
Da mente turbilhada
Da vida inflamada
Nada inflada
Que repugna a altivada
Diz sempre: Muito obrigada
Reduzido ego,
Muito forçada, moldada
Porém Dissociada
De timidez rebuscada
Esconde teus olhos e
Ninguém verá nada!
Vendada
Fechada
Enclausurada
Em sua mente agitada
Da vida gritada
Desenhando mundos informes/desinformes
Regado a flores
Sonetos
Avesso
Tropeço
Ingesso
No seu universo
Incertezo
Mudo-surdo
Que ouve no surdo
Que grita no mudo profundo
Do seu coração...
Da sua mente...
Que tem ascendente
Em virgem,
Libra,
Leão
E a cabeça em Plutão
Sente que os versos
Nela entoam canção.
É seu pacífico mundo
Cheios de verdades inebriáveis
E de inspiração
Cantam em sua alma
Com as mais belas notas
São histórias com entonação.
Voce escuta a canção?
Uma única mente
Cem mil confusão
Dentro da mente?
Sim!
Dentro também do coração
O mundo confundiu-lhe a mente
Uma única atitude acertada era-lhe premente
Ela era submersa em "ingenuamente"
Muito prendada
Esgotada
mal se aguentava!
Não entendia a própria estulticie
Era sua mente traduzindo em ipsis litteris
Parece so easy
But no
Tapa os ouvidos
Põe o seu fone
Apaga o zunido
Desperta o sentido
Música ao fundo se vive
Então entra em elipse
Fixe-se
E o mundo divide-se
Entre caos e Pour Elise
Sim, na sinfonia de Beethoven
Apaixonante a cada acorde
Quis agradar aos outros
Matou a si mesma
Quis ser normal
Chorou sua torpeza
Dizendo adeus a si própria
A si mesma
Tinha pureza
Beleza
Não tinha destreza
Pra conviver em sociedade
Aquela covarde
Que insulta, disputa,
Cheia de deslealdade,
Intolerabilidade
O mundo não tinha salubridade
Pra'quela insipiente h. sapiens
Selvagem
Sem maldade
Quase Adão e Eva
E a serpente voragem
Ela pulava os muros da selva, na relva, selvagem
E como um animal em súbita camuflagem
Desfazia-se da sua própria auto-imagem
Era covarde??
Talvez combateu o bom combate
Sucumbiu e colapsou pela crueldade (Intolerabilidade)
Digamos: suportou toda pavulagem
Mas a si mesma mal dava um like
Mesmo a despeito toda abrilhantagem
Não entendia toda
Destreza da sociedade
Em plena esperteza e pura maldade
Disfarçada de perfeccionalidade
Não entendia sua fragilidade
Diante da voracidade da insígnia sociedade
Gritou
Correu
Se recolheu
Em seu próprio mundo e
Do mundo externo disse adeus
Por um pequeno instante
Foi suficiente
Necessidade premente
Respirou
Se camuflou
Voltou
Sorriu
Assentiu
A si de novo encobriu
Não era comum
Embora tentasse
Quis tentar fazer a "tal adequagem"
Não convenceu a tal da sociedade
Que se envaideceu
Sobre aquela contumaz h. sapiens
Que voa
Meio solta
Ela destoa
Seu jeito entoa
Sua voz cantoa bodas, escolhas, folhas...
Sua mente ecoa
Conexão
Da sua bolsa até a constelação de Andrômeda, Quilha, Poupa
Estrelas de Capela, Vega, Shaula, Alpha
Se recolheu em seu mundo
No mais profundo
Escrevendo poemas vagabundos
Era sua forma de se expressar sem se questionar
Será se tô certa ou errada?
Só queria paz
Para sua alma cansada
Delicada
Sensibilizada
Ardilmente hostilizada
Mil debilidades
Se soubessem da metade da sua neurodivergibilidade
Teriam mais empatia
Mais compassividade
Com toda essa personalidade
A dela
Aquela
Das multi aquarelas
Sincera
Singela
Embora cheia de verdade
Usou de muita camuflagem
Para sua adequagem
Assim não a condenariam pela sua desordenagem
Adivinha da tal da atipicidade