O Clamor dos Inocentes

Mais lágrimas para serem derramadas

Pelos que amaram eles que foram embora

Mais dores dentro de seus corações apertados

Pelas saudades que virão e aos poucos

Viraram lembranças e o gosto amargo da impotência.

Na minha infância nessa terra grapiúna

Eu aprendi com minha avó

Que se matava gente como se matava passarinho,

Porém, hoje se mata mais gente

E o Ibama não deixa matar os passarinhos

Até prendem a quem matar qualquer bicho.

Na Amazônia de nossa machucada terra brasilis

Estão tirando vida de todos que lutam

Pelo próximo, pelo beija-flor, pelo tatu-bola,

Pelo macaco que furta banana na feira

Porque lá sem seu habitat não tem mais bananas.

Os governos que deveriam governar têm suas mãos

Sujas de sangue e suas almas apodrecidas de ódio

Pelos heróis e heroínas que tentam proteger

Cada ramo verde de uma árvore, um fio de água,

Um fluir de espírito dum indígena guerreiro.

Famílias daqui e de lá estão enterrando seus entes

E fazendo escrever nos livros de histórias

O quanto é mal o homem que rouba a vida de cada

Ser que tenta proteger os espíritos das florestas

As almas aguerridas dos seres que jamais deixarão

Facilmente destruírem nosso eterno “pulmão do Mundo”.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 19/06/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7541338
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