Desespero
Arquétipos,
Simétricos,
De padrões sinestésicos.
A fala que contamina,
Na ausência de dialeto.
Valores são corrompidos,
Caminham sem rumo certo,
Extremos que formam círculos,
Retidão em adultério.
A fome que viraliza,
Para o Sus não há remédios,
Vivemos em teorias,
Na prática,
Nada concreto.
Professores em magia,
Para os gastos,
Há mistério,
Escolas que não ensinam,
Morte certa ao magistério.
Ervas daninhas invadem.
O jardim que foi Brasília,
Partiram o Brasil ao meio,
Como tratado em Tordesilhas,
A esquerda e direita,
Circulam por entre a linha,
E sem equilíbrio,
O centro se apoia,
No poder e tirania.
A guerra teve início,
Ninguém sabe quando termina,
Invadiram com tratores,
Expulsaram os indígenas,
Faísca queima floresta,
E salga,
Carne bovina,
Aguardando a incursão,
Da fome,
De máquinas agrícolas.
Vejo a dor nos olhos da criança,
Que não tem o que comer,
O desespero floresce,
Quem plantou,
Não vai colher.
Encarceram a esperança,
Não há para onde correr,
Se até "Deus" está nas mãos,
De quem Exerce o poder.