República dos Ausentes

Dados e fatos são raros,

Mentiras,

Apaixonantes,

Raspados fundos de pratos,

Que sobram em restaurantes.

Vivemos junto aos ratos,

Gatos,

São sempre atuantes,

Gatunos,

Dinheiro em fardos,

Com nosso sacrifício constante.

Miséria pouca é bobagem,

Perdeu?

Faz um transplante,

Inflaciona a parada,

Volta a doer,

No instante.

Canibalismo de almas,

O Ópio é salvação,

Zumbis por todos os lados,

Fétida fé que trafica,

Quer exterminar a razão,

Acabando com a compaixão.

E sobre a pedra edifica,

Palanque de eleição,

Pedra que o crime explora,

Pedra jogada na gente,

Pedra garante o voto,

Pedra elege os ausentes.

Higienização social,

Espalha pedras,

Tirando sempre da frente.

Terceirizamos a culpa,

Fantasiamos presente,

Futuro idealizado,

Em fardas,

Tronco e corrente.

As mentes atrofiadas,

Seremos todos carentes,

Enriquecendo um Estado,

Também o seu presidente,

Além de amigos e parentes.

Retrocedendo ao passado,

Um Brasil recém colonizado,

Que derrubava florestas,

Matavam indígenas,

Escravizaram os negros,

Exploravam o minério ilegalmente,

Com vista grossa do estado,

E dinheiro público sustenta o luxo da família imperial,

E de amigos empossados.

Um país que ainda sangra,

E a dor é sempre latente,

Caiu o Rei,

O império,

Agora somos República,

De um povo que vive ausente,

O poder do passado transferimos,

Para as mãos de um "semi deus",

Chamado de presidente.

República de quem colhe vantagens,

República dos ausentes.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 31/05/2022
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