De amar sem mais dor
Há um país e um planeta e uma gente
e fazemos ainda amor, antes que nos despeça
a dor que nos mate ou a loucura que arrebate
nos olhos tenho também o azul e as estrelas
da terra ainda vermelha do muito sangue derramado
em pão que sobra e pão que falta tornado
de gente que ficou, posto que outros sempre foram embora
a brisa do amanhã é a mesma que sopra agora
a que ontem soprou acalentando vozes aferradas
que ainda assim dançaram, entoaram cânticos ancestrais
tais quais os que ainda hoje canto por ti, por nós
por amar as crianças, por querer ainda mais amá-las
do que apenas sobreviver, por mais humano querer ser