Mil poemas contra violência sobre as minorias.
Escreveria alguns poemas.
Sobre as flores.
Talvez uns dez.
Sobre meus amores
Mas seriam mais de mil.
Se eu falasse das dores.
Talvez, um ou outro,
Sobre as esperanças.
Algumas dezenas.
Sobre as mudanças.
Mas, seriam milhares.
Sobre essas lembranças.
Seriam muitas vozes.
Para expressar tantas dores.
Milhares de pessoas.
A viver os sabores.
Da opressão, da banalização.
Da morte, dos seus amores.
Milhares de poemas.
Para expressar tantas,
perdidas histórias.
Para cravarem cada memória.
Sobre cada lágrima.
Cada tombo sacrificado.
Pela mão contraditória.
Seriam dez, cem, mil, ou infinito.
Seriam de tanta dor, um grito.
Do padecedor, a tortura, o aflito.
E do escritor de amor.
O sangue manuscrito.
Seria cem, mil, ou incontável.
Seria de tanto horror, inimputável.
Seria verso em dor,
Em vão, afável.
Seria cada flor, o meu, o seu.
O luto de cada um viável.