Regresso

O mundo segue mijando sobre os valores,

e jurando que, a sua urina cheira a talco;

quem devia ser banido dos espectadores

cerca-se admiradores, e encena no palco;

vergonha de ser honesto té nos cora a face

mas, não tanto, quanto, ser sem vergonha;

e a cada cabeça cortada uma dúzia renasce

a Hydra tem cumplicidade com a cegonha;

quem se recusa seguir pós espúrios donos,

vestido de preto no funeral da democracia;

de tanto sofrer a vista de bostas nos tronos

quer a queda da "Bostilha", fora monarquia!!

cada pretexto raso, nascido de modo solene

de grandes pequenos, postos valor e ordem;

faz as nossas almas, treinadas para a higiene

vomitar sobre brasas onde as falácias ardem;

dizem que, evoluímos dum verme ao cérebro

terá essa escalada, encontrado sua vertigem?

Quem volta decepcionado, do humano féretro

cruza com esses tantos, regressados à origem...