eu - Vereda da Saudade
vai saber quem e o que sou na cidade
talvez seja só mais um iludido à tarde
não sei se é isso ou nada vai na idade
o que é sabido é estranho na verdade
ninguém conhece a solidão como eu
mas nem alvorece e então esse breu
alguém nasce na razão como museu
porém aparece o cidadão que sofreu
a realidade é o conto de toda fantasia
e tudo o que vejo na vera é a teimosia
e no escuro a prova na ideia da utopia
a mente não pensa mais em ideologia
o varão parece muito comigo na vida
a paixão merece aquele amigo na ida
no casarão a prece é contigo na saída
a emoção é o estresse que sigo na lida
a monotonia revela o que há em mim
aprendi com o tempo a esperar o fim
esse afastamento se apresenta enfim
portanto chego sozinho nesse jardim
De Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista