Surto lúcido
Surto lúcido
Que eu me defenda!
Que eu ataque!
Que eu lute, que eu surte
Que eu me solte, que eu prenda
Que eu mate!
Que eu destrua
Que eu construa
Que eu grite!
Que eu cale... apenas quando EU quiser!
Que eu acredite em mim!
Pois eu sou e estou comigo
Que eu não me tema!
Mas, que te temam!
Que eu queime
E que eu renasça
Que eu mude, brinque, fique, saia
Que eu faça e seja graça!
Que eu gargalhe!
Nas suas caras!
Que eu sinta ranço, ódio, nojo, mágoa
Que eu sinta raiva!
Raivosa!
Que eu seja louca e escandalosa!
Que eu EXPLODA
QUE EU INFLAME
Que eu não me contenha
Não me contento!
Vexame!
Que eu me invento
Faço o que eu quero
Sou quem eu quiser!
Tu? Pode domar outras feras!
Mas, nunca essa mulher!
Que eu chore, que eu faça drama
Que eu seja dama... de cilada!
Que eu comunique
E busque fama!
Que eu dê chilique
Que eu tire a roupa
E que eu GRITE
GRITE
GRITE
Até ficar rouca!
Que eu seja minha
Toda e somente minha!
E tua, pouca.
Que eu não avise
Dos meus avisos
Que eu perca mesmo o juízo!
Que eu nem tenho...
Que eu brigue
Que eu bata
Que eu morda
Que eu lata
Que eu tudo
Que eu nada
Que eu seja mesmo SÓ comigo!
Que eu me dê colo, casa e abrigo
Que eu me dê tudo que necessito
Tudo que eu consigo
Mesmo o nada
Ainda que seja o nada
Mesmo o nada
Mesmo
Nada
Mesmo.
Ufa.
O que foi que eu disse mesmo?