JUGULAR
Julgo sim, por não aceitar
Que o mundo viva em guerra
Que o homem abomine seu irmão
Que a paz seja ignorada
Que o candeeiro se apague
Sob o teto de nossa tenda
Que a morte seja a receita
Para alguém em desatino
Palavras soltas se espalham
Tal qual as folhas secas de outono
Que ficam a mapear o caminhar
De traçados sem destinos
Porém um vento sorrateiro
Na esquina a espreitar
O caminhar do andarilho
Que, com suas vestes maltrapilhas
Segue seu rumo itinerante
Em busca de um sol, talvez
De uma sombra escondida
Quem sabe perdida, riscada
Na geografia de sua história
Inquietações
Necessárias expelir
Um grito de liberdade
Desejamos paz...
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 09/05/22