O rapaz e o verme

Soa o alarme, me levanto sem alarde

Águo o corpo, boto sorriso no rosto

Café por metade, pra não chegar tarde

Mãe beijo a face e vou ao meu posto

A vida é labuta e eu sigo na luta

Quem não batalha, nada desfruta

Trabalho euxastivo e entediante

Mas pelos meus sonhos, eu sigo adiante

Fim de jornada, regresso com amada

O último café não há sido tão doce

Quanto teus beijos dados esta noite

A rua segue tranquila, uma mão vem armada

Sorrateiro, desespero, corpo deitado no chão

Uma vida ceifada, morto por um verme sem coração

---

Em memória de Renan Silva, porque ele sim, não seu perpetrador, foi mais uma vítima da sociedade que teve seus sonhos ceifados por alguém que tinha saúde e os meios para trabalhar, mas optou por subtrair, não apenas os bens, mas a vida de uma pessoa de bem.

Que Deus conforte o coração da família e amigos.

Pablo de Sena
Enviado por Pablo de Sena em 29/04/2022
Reeditado em 29/04/2022
Código do texto: T7505951
Classificação de conteúdo: seguro