O rapaz e o verme
Soa o alarme, me levanto sem alarde
Águo o corpo, boto sorriso no rosto
Café por metade, pra não chegar tarde
Mãe beijo a face e vou ao meu posto
A vida é labuta e eu sigo na luta
Quem não batalha, nada desfruta
Trabalho euxastivo e entediante
Mas pelos meus sonhos, eu sigo adiante
Fim de jornada, regresso com amada
O último café não há sido tão doce
Quanto teus beijos dados esta noite
A rua segue tranquila, uma mão vem armada
Sorrateiro, desespero, corpo deitado no chão
Uma vida ceifada, morto por um verme sem coração
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Em memória de Renan Silva, porque ele sim, não seu perpetrador, foi mais uma vítima da sociedade que teve seus sonhos ceifados por alguém que tinha saúde e os meios para trabalhar, mas optou por subtrair, não apenas os bens, mas a vida de uma pessoa de bem.
Que Deus conforte o coração da família e amigos.