LOBO NA PELE DE CORDEIRO
Já nem sei onde mora o perigo
O “diabo” fez as pazes comigo
E o “cristão” me vem pregar.
Atendo o telefone
Uma “alma bondosa” me oferece “money”,
Num cartão de crédito para me beneficiar.
Pago a penitência
Com a compra da indulgência.
Pesa a consciência minha confissão.
A tecnologia tornou tudo tão prático
Pago meu indulto pelo débito automático
E assim garanto minha salvação.
Entro no mundo encantado da TV.
Globalizado, me fazem entender
O que é ser feliz.
Tenho a vida toda parcelada
Pelo cheque especial assegurada
Proteção maior não tem quem diz.
As instâncias do poder querem meu bem
Em curto prazo, ou no futuro, serei “alguém”
Confinado num “curral eleitoral”.
Faço hora extra para o governo
E recebo como premio
Uma bolsa funeral.