LOBO NA PELE DE CORDEIRO

Já nem sei onde mora o perigo

O “diabo” fez as pazes comigo

E o “cristão” me vem pregar.

Atendo o telefone

Uma “alma bondosa” me oferece “money”,

Num cartão de crédito para me beneficiar.

Pago a penitência

Com a compra da indulgência.

Pesa a consciência minha confissão.

A tecnologia tornou tudo tão prático

Pago meu indulto pelo débito automático

E assim garanto minha salvação.

Entro no mundo encantado da TV.

Globalizado, me fazem entender

O que é ser feliz.

Tenho a vida toda parcelada

Pelo cheque especial assegurada

Proteção maior não tem quem diz.

As instâncias do poder querem meu bem

Em curto prazo, ou no futuro, serei “alguém”

Confinado num “curral eleitoral”.

Faço hora extra para o governo

E recebo como premio

Uma bolsa funeral.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 14/04/2022
Código do texto: T7495286
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