MÃO FECHADA
Pilhado de dificuldades
Ainda insiste em viver
Abdica de tua teimosia, pobre infeliz!
És um subproduto da desigualdade
És um estorvo, um pária da sociedade
Um ignorante, não sabe o que diz.
Recolhe teus farrapos
Que mal cobre este teu corpo que definha
E blasfema um anátema contra Deus.
És um amontoado de miséria e lixo
Um invisível, um anti cidadão, um bicho,
Um errante com um destino que mereceu.
Eu sou a mão que a solução te oferece
Afundando-te ainda mais no charco que mereces
Para que sucumbas de forma extrema.
És aquele que engrossa a fila dos desesperados
Num labirinto aprisionado
Sou a mão do teu carrasco...
Sou a mão da nova ordem...
Sou a mão deste sistema....