Quando Ela Passa

Quando ela passa,

Com seus passinhos sutis,

A rua se enche de graça,

Trabalha o povo feliz.

Quando ela passa,

Toda a nossa rua sonha,

E o homem casado disfarça

Que já perdeu a vergonha.

Quando ela passa,

O adolescente matreiro

Olha seu corpo de raça,

Vai se trancar no banheiro.

Quando ela passa

Em frente do bar da esquina,

Seu Zé dá pinga de graça,

Só por causa da menina.

Quando ela passa

No açougue do seu Lisboa,

Grita ele com muita raça:

- Já chegou a carne boa!

Quando ela passa

No mercado do Clemente,

A freguesia escassa

Se transforma em muita gente.

Quando ela passa

No lanche do seu Joel,

Ele descuida da massa,

Mas sai bem feito o pastel.

Mas quando ela não passa

- Que tristeza nos rodeia!-

Tudo na rua se embaça,

Toda a gente fica feia!

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 06/04/2022
Código do texto: T7489275
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.