Pisaram nas pequenas flores...
Onde foi parar a ternura
À que vinha sempre nos dias azuis
Pisaram nas pequenas flores
Que brotavam serenas entre as pedras
Pisaram também nos corações
E esmagam as boas ações
Que ainda campeiam pela Terra.
E o tempo, relógio enfurecido sem ponteiros
É um redemoinho que acolhe e carrega
Faz quase tudo virar guerra
Corrói o que era paz...
Pisaram nas pequenas flores
Mas o tempo agora é outro, este que se faz
Tem suas patas gigantes
Nos vira em robôs mutantes
Órfãos errantes
Das nossas desbotadas utopias
Daqui vai um lamento, pela passagem da brilhante Lygia Fagundes Telles.